quarta-feira, 30 de agosto de 2017

PRAÇA DE ITÁLIA [ III ]

«OS ITALIANOS EM LISBOA, NOS SÉCULOS XVIII,  XIX E XX»
 Praça de Itália - (2009) - Foto de APS  -   ("CAFÉ MARTINHO DA ARCADA" visto da "Praça do Comércio", esquina para a "RUA DA PRATA" -antiga "RUA BELA DA RAINHA")  in  ARQUIVO/APS
 Praça de Itália - (2009)  -  Foto gentilmente cedida pelo amigo RAFAEL SANTOS - (A Esplanada do "CAFÉ NICOLA" na "PRAÇA D. PEDRO IV" -vulgo ROSSIO)  in  DIÁRIO DO TRIPULANTE
 Praça de Itália  - (Século XX)  -  ("PASTELARIA FERRARI" casa fundada em 1846 pelo Genovês "HILÁRIO FERRARI" na "RUA NOVA DO ALMADA", 93 em LISBOA )  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  COISAS DE ANTIGAMENTE
 Praça de Itália - (Século XX)  -  (Interior da "PASTELARIA FERRARI" na "RUA NOVA DO ALMADA, 91 e 93)  in  RESTOS DE COLECÇÃO
 Praça da Itália - (196_) -  Foto de Artur Goulart  -  (O "CAFÉ CHIADO" na "RUA GARRETT" nos anos sessenta do século XX)  in   AML
 Praça de Itália - (Século XIX)  -  (O "CAFÉ MARRARE do POLIMENTO" do século XIX, na Rua Garrett, 54 a 64)   in     AML
Praça de Itália  - (2016)  -  (Um dos lados da "PRAÇA DE ITÁLIA" no ALTO DO RESTELO em LISBOA )   in   GOOGLE EARTH


(CONTINUAÇÃO)- PRAÇA DE ITÁLIA [ III ]

«OS ITALIANOS EM LISBOA NOS SÉCULOS XVIII, XIX E XX»

Mas a lista de presenças italiana, nos aspectos artísticos, seria infindável. Os PINTORES, ESCULTORES, ARQUITECTOS, MÚSICOS, CANTORES italianos que por cá passaram e deixaram obra, bem como as influências que recebemos na ARTE e na LITERATURA ( a começar logo nos clássicos encantados como o "dolce stil nuovo" ou "DOCE ESTILO NOVO") não são quantificáveis. Menos complexo será por certo, recordar algumas figuras que oriundas de ITÁLIA, acabaram por se tornar populares e fazer parte indispensável do nosso dia-a-dia. Até na linguagem: sempre usamos o termo "GAFORINA" quando nos referimos a alguém que possua uma cabeleira longa, crespa, não muito bem penteada. Poucos se lembrarão de que na origem da palavra está uma célebre cantora italiana que fez algumas temporadas no Teatro de SÃO CARLOS: era "GAFFORINI" de seu nome e usava uma cabeleira que fez história e deixou vocábulo novo.
Um dos bons hábitos que os italianos nos trouxeram foi o de beber café em ambiente de conversa e Tertúlia. Quer dizer: nós fomos a ÁFRICA e ao BRASIL buscar o café, mas foram os italianos quem dele fez um requinte. Ora, a começar pelo mais antigo café existente em LISBOA,  o "MARTINHO DA ARCADA"( ver mais aqui...), a influência italiana é visível nessas casas. O "MARTINHO", antes de o ser, foi, em 1784, a "CASA DE CAFÉ ITALIANA", sendo propriedade de "DOMENICO MIGNANI".  Derivou depois para "CASA DA NEVE" (GELADOS)  e foi mais tarde  adquirido  pelo  português "MARTINHO",  ( BARTOLOMEU RODRIGUES) em 1845.
Em pleno "ROSSIO", conserva o seu nome o "NICOLA" ( ver mais aqui...), estabelecimento de outro do mesmo nome, que remonta ao tempo do BOCAGE.  "O apelido NICOLA aparece ligado ao comércio da cidade desde meados do século XVIII ( 1 ) "NICOLAU" era, pois, o italiano proprietário do BOTEQUIM, não existindo sobre ele grandes notícias. O cronista lisboeta TINOP fala-nos de dois NICOLA conhecidos em LISBOA, um dos quais fabricante de velas de cebo. Seriam parentes o homem das velas e o Botequim?

Mais pormenores se conhecem sobre "ANTÓNIO MARRARE", o italiano que verdadeiramente veio revolucionar a vida de café em LISBOA. Esta homem de iniciativas foi empresário do TEATRO DE SÃO CARLOS e acabou por ir fundando vários botequins pela cidade. O mais célebre foi sem dúvida o "MARRARE DO POLIMENTO"(ver mais aqui..., situado a meio da que hoje chamamos de RUA GARRETT, no local onde foi, já no século XX, o "CAFÉ CHIADO" depois COMPANHIA DE SEGUROS IMPÉRIO do (Grupo CUF) (nacionalizada em 1975 e reprivatizada em 1992) regressando o edifício ao grupo MELLO, de JOSÉ MANUEL DE MELO.

Existiu outro "MARRARE" no "ARCO DO BANDEIRA", outro em S. CARLOS... Um sobrinho do primeiro proprietário, JOSÉ MARRARE, chegou ainda a tomar conta dos estabelecimentos do tio.
Até ao incêndio do CHIADO, em 1988, na zona do CHIADO, para o lado da "RUA NOVA DO ALMADA", tinha lugar de relevo a "PASTELARIA FERRARI". Esta casa começou com o Genovês "HILÁRIO FERRARI", conserveiro, que se estabeleceu ali ao "PRÍNCIPE REAL", e cujo filho, "MATIAS FERRARI", continuou a obra do pai e acabou por se estabelecer na já referida RUA em 1864.  O Italiano "BALTRESQUI", por sua vez, foi doceiro de fama, teve loja na actual RUA GARRETT e também na "RUA DO OURO".  E por aqui ficaríamos em evocações aromáticas, sem nos chegar o tempo para lembrar os pioneiros dos sorvetes,  estabelecidos em casas que tiveram nomes que não disfarçam a origem dos proprietários: "VENEZIANA", "ITALIANA", "LUCA", "SANTINI"...   De ITÁLIA veio a ARTE... em facetas várias. [ FINAL ]

- ( 1 ) - Livro "OS CAFÉS DE LISBOA" de MARINA TAVARES DIAS, página 22

BIBLIOGRAFIA

- As NOVAS RUAS DE LISBOA 102 topónimos ( 1998/2001) - Cood. Paula Machado e Teresa Sancha Pereira- CML - Comissão Municipal de Toponímia - 2002 - LISBOA.
- Dicionário da História de Lisboa - Direcção de Francisco Santana e Eduardo Sucena - 1994 - LISBOA.
- O CARMO E A TRINDADE de Gustavo de Matos Sequeira- CML - Vol. III 2ª Ed. -1967 - LISBOA.
- OS CAFÉS DE LISBOA - Mariana Tavares Dias - Quimera - 1999  - LISBOA.
- PEREGRINAÇÕES EM LISBOA de Norberto de Araújo - Liv. XII -1993 - LISBOA

(PRÓXIMO)«RUA BARATA SALGUEIRO [ I ] A RUA BARATA SALGUEIRO ( 1 )»

sábado, 26 de agosto de 2017

PRAÇA DA ITÁLIA [ II ]

«AS SANTAS TROCAS ENTRE ROMA E LISBOA»
 Praça da Itália - (2013)  -  (A "IGREJA DE Nª. SENHORA DO LORETO" ou "IGREJA DOS ITALIANOS" no LARGO DO CHIADO, recuperada depois de 1755, segundo projecto de JOAQUIM ANTÓNIO DOS REIS ZUZARTE, depois substituído por JOSÉ DA COSTA E SILVA) in   CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA

Praça de Itália -  ( 2016)   - (Panorâmica mais aproximada da "Praça de Itália" com a Capelinha de São Jerónimo bem visível)   in   GOOGLE EARTH
 Praça de Itália  -  ( 2016 )   -  (A "PRAÇA DE ITÁLIA", no lado esquerdo a escadaria que dá acesso à "CAPELA DE SÃO JERÓNIMO")    in    GOOGLE EARTH
 Praça de Itália  -  (2016)  -  ( A "PRAÇA DE ITÁLIA" quase na sua totalidade no ALTO DO RESTELO)   in   GOOGLE EARTH
 Praça de Itália - (Século XVII)  -  (Os Santos Mártires- VERÍSSIMO e sua irmãs MÁXIMA e JÚLIA. Podem ser vistos neste belo conjunto dos três Santos, apresentados em trajes de romeiros, exposta ao culto na Igreja do extinto MOSTEIRO de SANTOS-o-VELHO em Lisboa)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  HEROÍNAS DA CRISTANDADE
Praça da Itália -  (1968) - Foto de João Nunes  -  ("IGREJA DO LORETO" no antigo "LARGO DAS DUAS IGREJAS" hoje "LARGO DO CHIADO")    in     AML


(CONTINUAÇÃO) - PRAÇA DE ITÁLIA  [ II )

«AS SANTAS TROCAS ENTRE ROMA E LISBOA»

A "ITÁLIA" o país em forma de "bota", fica no SUL DA EUROPA, banhada pelo MAR ADRIÁTICO a Oriente  o MAR JÓNIO  a Sudeste; a Noroeste o MAR DA LIGÚRIA, a Sudoeste o MAR TIRREU e a SUL o MAR MEDITERRÂNEO.
Podemos dizer que a "ITÁLIA" é o berço de escritores como: VIRGÍLIO, DANTE, PETRARCA e BOCACCIO. Na música os italianos estão enriquecidos com os compositores clássicos e mundialmente conhecidos do grande público como: VIVALDI, SCARLATTI, VERDI e ROSSINI.  Mas é na arte que ITÁLIA se notabiliza, através dos PINTORES RENASCENTISTAS como: MIGUEL ANGELO, LEONARDO DA VINCI, BOTTICELLI e RAFAEL.
Nas gastronomia é também famosa, quem não conhece a famosa em todo o mundo a "PIZZA" ou o "ESPARGUETE".
Ainda das "SANTAS TROCAS" dizemos que não terá obviamente a mesma projecção, mas é justo dizer que os primeiros MÁRTIRES ditos de LISBOA nasceram, afinal, em território que hoje é italiano.

Eram três jovens irmãos - VERÍSSIMO,  MÁXIMA  e JÚLIA  -  filhos de um senador, e vieram no principio do século IV da nossa era para LISBOA, então "OLISIPO", e aqui divulgaram o cristianismo. 
Não escaparam, porém, às perseguições ordenadas pelo "IMPERADOR DIOCLECIANO" e acabaram por morrer martirizados à beira do nosso rio TEJO. Terão constituído a primeira prenda de ITÁLIA a LISBOA.

A propósito de "SANTO ANTÓNIO" e da presença ITALIANA em LISBOA, não pode, porém, deixar de fazer-se uma referencia a uma das mais antigas IGREJAS DE LISBOA, há muito dedicada a "NOSSA SENHORA DO LORETO" e edificada no "LARGO DO CHIADO" esquina para a "RUA DA MISERICÓRDIA".
Foi em 1518 que a COMUNIDADE ITALIANA DE LISBOA solicitou que lhe fosse dado um "chão" para erguer uma IGREJA. Foi atendida e o novo templo começou a funcionar em pleno 11 anos mais tarde. No entanto, já no século XV, por ali existir uma ermida dedicada a "SANTO ANTÓNIO". 
Um incêndio destruiu a IGREJA em 1651. Mas a COMUNIDADE ITALIANA não se deixou abater e procedeu à reconstrução, concluída em 1676, com uma  belíssima sacristia construída entre 1703 e 1706 e que, milagrosamente veio a escapar ao terramoto de 1755. O mesmo não aconteceu com o resto do templo, que veio a ser reerguido de novo. O interior, de uma só nave, contém, como seria timbre de uma IGREJA  "dos ITALIANOS", múltiplas manifestações de arte; um "SÃO FRANCISCO DE PAULA", pintado por "LAMBRUZZI"; uma "SENHORA DO CARMO", obra de "ROSSI"; uma "DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO", quadro de "TAGLIAFICO", e tantos mais.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«PRAÇA DE ITÁLIA [ III ] OS ITALIANOS EM LISBOA NOS SÉCULOS XIX E XX». 

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

PRAÇA DE ITÁLIA [ I ]

«A PRAÇA DE ITÁLIA NO ALTO DO RESTELO»
 Praça de Itália - (2015)  -  (Panorâmica mais aproximada da "PRAÇA DE ITÁLIA" no Alto do Restelo)  in   GOOGLE EARTH
 Praça de Itália - (2015)  -  (Panorâmica parcial da freguesia de "BELÉM" onde se insere a "PRAÇA DE ITÁLIA"  in  GOOGLE EARTH
 Praça de Itália -  (2000) - Foto de Alexandra C.  -  ("Capelinha de São Jerónimo" muito perto da PRAÇA DE ITÁLIA, foi construída em 1514, nos terrenos da cerca dos Monges Jerónimos do  "Mosteiro de Santa Maria de Belém", classificado como Monumento Nacional )  in   MAPIO 
 Praça de Itália -  ( 2016 )  -  ( Uma parte da "PRAÇA DE ITÁLIA", no local uma placa Toponímica do Tipo IV)   in  GOOGLE EARTH
 Praça de Itália - (2016)  -  (A "PRAÇA DE ITÁLIA" com a capelinha de São Jerónimo em fundo)  in  GOOGLE EARTH
Praça de Itália -  Século XVIII - Pintura de Stephan Kessler -   (Santo António de Lisboa ou Santo António de Pádua. Nasceu em Lisboa a 15.08.1191 e faleceu em Pádua (Itália) em 13.06.1231) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in    WIKIPÉDIA


- INÍCIO - PRAÇA DE ITÁLIA [ I ]

«A PRAÇA DE ITÁLIA NO ALTO DO RESTELO»

A «PRAÇA DE ITÁLIA» pertencia à freguesia de "SÃO FRANCISCO XAVIER" hoje pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a designar-se freguesia de «BELÉM». Por deliberação Camarária de 29.08.2001 e EDITAL de 11 de Setembro de 2011 foi-lhe atribuído o topónimo de "PRAÇA DE ITÁLIA" ao anterior arruamento com início na "RUA PÊRO DA COVILHÃ".
O "Largo" junto à histórica CAPELINHA DOS JERÓNIMOS,  numa zona privilegiada e nobre no ALTO DO RESTELO, veio dar o nome ao espaço que era anónimo que passou ser ali a «PRAÇA DE ITÁLIA» ( 1 ).
A inauguração desta Praça é pretexto para um desfilar de recordações e ligações entre italianos e lisboetas.
Embora se trate de um topónimo que não suscitaria grande debate fosse qual fosse a ocasião, consagra amizades e relações velhas que vem sempre a propósito.

Na verdade, a ITÁLIA, por si mesma ou através da antiga "ROMA" ou ainda de muitas das suas regiões e cidades, tem tido presença constante na vida de LISBOA. A similitude entre dois povos são algumas; ambos latinos, ambos imaginativos, ambos adaptáveis a condições adversas e à emigração, ambas um tanto exagerados ao desfilarem as próprias qualidades...   As diferenças começam quando nos víramos, por exemplo, para a monumentalidade, esmagadora e difundida no país transalpino, serena, quase doméstica, aconchegadinha entre nós.

Um tanto à força, LISBOA - através de um visionário  -  entendeu a dada altura que uma das suas semelhanças com ROMA estava nas "sete colinas" as quais assentariam ambas as cidades.  Mas a verdade é que a capital não tem dificuldade em as evidenciar, enquanto que as nossas já são hoje muitas mais e, quanto às primitivas, nunca foram, salvo melhor opinião, muito bem explicadas.

Trocas de SANTAS estão nas relações entre LISBOA e a ITÁLIA, exageram "prendas" de vulto. Não há dúvida de que, nesse capítulo, não nos faltou generosidade. Logo no século XII, foi para a península "ITÁLICA" o que de melhor havia em LISBOA: o nosso SANTO ANTÓNIO, nascido e baptizado na "SÉ", aluno aplicado da Escola da CATEDRAL, estudioso regrante entre os frades AGOSTINHOS no MOSTEIRO lisboeta de SÃO VICENTE, foi dádiva inestimável desta cidade a ITÁLIA. Foi por lá que se revelou como orador, é certo; por lá fez muitos dos seus milagres; por lá patenteou a sua santidade.  Mas a semente levou de cá.
A figura do "TAUMATURGO" ( 2 ) é hoje Universal, concede-se. Mas dá sempre vontade ao alfacinha empedernido de, quando vê uma imagem de "SANTO ANTÓNIO" "de PÁDUA", acrescentar por baixo "nascido e criado em LISBOA"  .

- ( 1 ) - O nome de "ITÁLIA" foi atribuído a esta PRAÇA onde reside nesta freguesia parte da comunidade italiana, e por ocasião da visita ao nosso país do seu Chefe de ESTADO em 2001.

- ( 2 ) - TAUMATURGO - (do Gr. thaumatourgós) adj. e s. m. que ou aquele que opera milagres. 


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«PRAÇA DE ITÁLIA [ II ] AS TROCAS ENTRE ROMA E LISBOA»

sábado, 19 de agosto de 2017

TRAVESSA DOS ALGARVES [ III ]

«OS REMADORES DAS GALEOTAS REAIS ( 3 )»
 Travessa dos Algarves - (Século XVIII) Desenho do artista José Ruy  -  ( A "GALEOTA REAL" de D. Maria I, que possivelmente era guardada no sitio da "Travessa dos Algarves", sendo a sua tripulação assegurada pelos "Algarves")  in HISTÓRIA DOS BARCOS PORTUGUESES
 Travessa dos Algarves - (Século XVIII) - Desenho do artista José Ruy   -  (A Galeota Real de D. Maria I, de boca aberta, tinha apenas meia ponte à ré. A popa de rara beleza e a sua Galeria moldurava o "BRASÃO DE PORTUGAL" -1)GALERIA;  2)CAMARIM;  3)MASTRO; 4)LANTERNAS)   in  HISTÓRIA DOS BARCOS PORTUGUESES
 Travessa dos Algarves - (1899)  -  ("GALEOTA REAL" a remos, também denominada como "GALEOTA D.JOÃO VI", foi construída no BRASIL em 1808)   in   WIKIPÉDIA
 Travessa dos Algarves - (1967) - Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo  -  (O ARCO da "TRAVESSA DOS ALGARVES" na parte interna)    in    AML 
 Travessa dos Algarves - (2016)  -  (Vista de cima da "TRAVESSA DOS ALGARVES" que ligava a "RUA DA JUNQUEIRA" à "AVENIDA DA ÍNDIA")   in   GOOGLE EARTH 
Travessa dos Algarves -  (2016)  -  (A "TRAVESSA DOS ALGARVES" visto da "AVENIDA DA ÍNDIA" e os novos edifícios em construção)   in   GOOGLE EARTH


(CONTINUAÇÃO) - TRAVESSA DOS ALGARVES [ III ]

«OS REMADORES DAS GALEOTAS REAIS ( 3 )»


Estas «GALEOTAS REAIS» já não circulam com regularidade pelo "TEJO", estes e outros barcos do século XVIII, a não ser em casos muito particulares como em 1957, aquando da visita a PORTUGAL DA RAINHA ISABEL II DE INGLATERRA, que teve honras de ESTADO e pode navegar num "BERGANTIM REAL". Hoje podemos admirar esses e outros bonitos exemplares da mesma época, bem perto deste sítio de BELÉM, trata-se do "MUSEU DE MARINHA" onde actualmente se encontram em exposição barcos de várias épocas.
Voltando um pouco a trás, não nos podemos esquecer que no século XVIII o RIO TEJO chegava até ao local onde se guardavam as "GALEOTAS" e viviam ali bem perto os "ALGARVES", levando muitos anos para se completar o aterro que fez desaparecer a praia e aparecer a "AVENIDA DA ÍNDIA".

As "GALEOTAS REAIS" no final do século XVIII. As "GALEOTAS" evoluíram para embarcações do género do "AVISO" ( 1 ) ou de transporte de luxo, reservado a grandes figuras e membro da COROA.
Passaram, então, a chamar-se "BERGANTINS", nome de ilustre tradição Marítima, e primavam pela imponência dos adornos e pelo conforto.
Deixaram de ter aparelho de velas, passando a mover-se somente pela força concentrada de dezenas de remadores.
No reinado de "D.MARIA I", foi construído um "BERGANTIM REAL" manejado por cento e vinte remadores, três em cada remo.
O "BERGANTIM REAL" de "D.MARIA I foi possivelmente a "GALEOTA" por excelência. De boca aberta, tinha apenas meia ponte à ré. A popa era de rara beleza e a sua galeria moldurava o "BRASÃO DE PORTUGAL". O camarim, de elegantes vidraças, serviam de aposento régio. Todo o aparato exterior impressionava pela riqueza da talha dourada, a cor e o relevo trabalhado.
O Comandante era o Patrão-mor que seguia de pé, junto do leme.

O "BERGANTIM REAL" de "D.MARIA I" compunha-se com os dados seguintes: 1- GALERIA;  2- CAMARIM;  3-MASTRO;  4-LANTERNAS;  5-MEIA PONTE e  6-BANCOS. [FINAL].

- ( 1 ) - AVISO - Barco cuja missão era estabelecer comunicação entre os navios.

Agradecimento público: Existem duas fotos da pauta do mestre desenhador JOSÉ RUY, ao qual agradecemos, do "BERGANTIM" que nos dá uma excelente ideia da sua configuração e desempenho.

BIBLIOGRAFIA

- BELÉM - Reguengo da cidade - CML - Edições ASA -1990 - LISBOA
- BRAGA, Fernando C., - NÁUTICA - Marinhagem e Navegação para Patrão de Costa - 3ª. Ed. EDITORA DOMINGOS BARREIRA - 1980 - PORTO.
- LELLO UNIVERSAL - de JOSÉ LELLO e EDGAR LELLO - Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro - 2 Volumes - 1976 - PORTO.
- NÉU, João B. M., - EM VOLTA DA TORRE DE BELÉM - Vol. II - Liv. Horizonte-1988-LISBOA.
- REIS, A. do Carmo e RUY, José, -História dos Barcos Portugueses-Edições ASA- 1989 - PORTO.

INTERNET

- AFML
- BLOGUE DE LISBOA
- PAIXÃO POR LISBOA
- TOPONÍMIA DE LISBOA 

(PRÓXIMO)«PRAÇA DE ITÁLIA [ I ]-A PRAÇA DE ITÁLIA NO ALTO DO RESTELO».

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

TRAVESSA DOS ALGARVES [ II ]

«OS REMADORES DAS GALEOTAS REAIS ( 2 )»
 Travessa dos Algarves - (2014) - Foto de Carlos Gomes  -  (Placa Toponímica  TIPO II a assinalar a "TRAVESSA DOS ALGARVES", na "RUA DA JUNQUEIRA")  in   BLOGUE DE LISBOA
 Travessa dos Algarves - (2014) -Foto de Carlos Gomes  -  ( Entrada da "TRAVESSA DOS ALGARVES" visto da "RUA DA JUNQUEIRA")  in  BLOGUE DE LISBOA
 Travessa dos Algarves - (2015)  -  (Panorâmica mais aproximada da "TRAVESSA DOS ALGARVES", existindo já algumas construções novas)   in   GOOGLE EARTH
 Travessa dos Algarves  - (2016)  -  (Entrada para a "TRAVESSA DOS ALGARVES" com frente virada para a "RUA DA JUNQUEIRA")   in   GOOGLE EARTH
 Travessa dos Algarves - (anterior a 1910) Foto de Augusto Bobone  -  ( A "GALEOTA REAL PORTUGUESA" nas margens do RIO TEJO)  in   AML 
 Travessa dos Algarves - (1967)  Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo)  -  (A "TRAVESSA DOS ALGARVES" na parte mais para o interior, existindo um prédio para demolir)  in   AML 
Travessa dos Algarves - (1969) - Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo  -  (Nora de Poço existente no pátio de um prédio na "TRAVESSA DOS ALGARVES" na "RUA DA JUNQUEIRA")  in   AML 


(CONTINUAÇÃO)- TRAVESSA DOS ALGARVES [ II ]

«OS REMADORES DAS BALEOTAS REAIS ( 2 )»


Aqui, na JUNQUEIRA embarcavam os "algarvios do escaler de el-Rei", conhecidos por "ALGARVES", que constituíam as equipas de "SUA MAJESTADE", que a partir do Terramoto de 1755 passou a residir na vizinha "CALÇADA DA AJUDA".
Os seus tripulantes, habitualmente de origem Algarvia, viviam numa espécie de "CASA DE MALTA". junto a palheiros e acomodações vizinhas ao Palácio do "MARQUÊS DE ANGEJA".
Os "ALGARVES", também conhecidos como "CATRAIOS", rudes e "tisnados do sol e do sal", constituíam um tipo bem definido na capital. Chamavam-se pessoas da "BEIRA-RIO" oferecendo os seus préstimos e serviços para o transporte de passageiros e carga. 
A "TRAVESSA DOS ALGARVES" terá ainda sido conhecida por outro nome. Assim, na metade do século XVIII, aparece no "livros de óbitos da AJUDA" com a referência de "TELHEIROS DOS ALGARVES". Designação dada  a um "TELHEIRO" que possivelmente por ali existia, sob o qual se abrigavam os "pobres" remadores algarvios, vulgarmente conhecidos por "ALGARVES". Embora apareça outra designação para este topónimo, pelo facto de ali serem guardados  ( na época)  os "BERGANTINS" e as "GALEOTAS REAIS". ( 1 ).
É bastante relevante a determinação da toponímia ao assinalar que existiu neste local, algum movimento de embarcações com características da época. 
Assim podemos detectar um pouco mais para nascente, dois topónimos relacionados com os nomes das embarcações da época neste local, reforçando a veracidade dos factos.
E neste lugar os remadores viviam com suas famílias, todos eles de origem "ALGARVIA", constituindo uma elite e cujo ofício era transmitido de pais para filhos. Assim, desde o século XVIII, os algarvios eram recrutados para servir na ARMADA e no ARSENAL, em virtude das suas características físicas e pela sua habilidade na arte de remar.

- ( 1 ) - GALEOTA REAL - Embarcação movida por grande número de remos, remando a cada um deles um homem e às vezes dois, era destinada, antigamente, ao serviço das pessoas reais em ocasiões de gala.

- GALEOTA - Era primitivamente um pequeno navio ligeiro e rápido, intermédio entre o "FALUCHO" e a "GALERA".  Foi empregada especialmente pelos piratas "barbarescos". Os "HOLANDESES" deram esse mesmo nome as construções de carga 50 a 300 toneladas, de fundo chato e redondas na popa e na proa.  A "enxárcia" compunha-se de um grande mastro, de um "GURUPÉS", à frente, e de um pequeno mastro atrás. Estas GALEOTAS desapareceram em finais do século XVIII.[Fonte LELLO UNIVERSAL]  

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«TRAVESSA DOS ALGARVES[ III ]-OS REMADORES DAS GALEOTAS REAIS ( 3 )».

sábado, 12 de agosto de 2017

TRAVESSA DOS ALGARVES [ I ]

«OS REMADORES DAS GALEOTAS REAIS ( 1 )»
 Travessa dos Algarves - (1856-1858)  -  (Mapa Nº. 61 de FILIPE FOLQUE zona "RUA DA JUNQUEIRA", podendo-se ver que no século XIX ainda era feita a ligação com o mar pela "praia dos Algarves" e "TRAVESSA DOS ALGARVES"  in  ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA
 Travessa dos Algarves - (2015)  -  (Panorâmica da "TRAVESSA DOS ALGARVES" na "RUA DA JUNQUEIRA")    in      GOOGLE EARTH
 Travessa dos Algarves - (2016)  -  (Panorâmica aproximada da "Travessa dos Algarves" com vista da "Rua da Junqueira" e ao fundo a "Avenida da Índia")  in    GOOGLE EARTH
 Travessa dos Algarves - (2014)  -  (Fachada do prédio por onde se pode entrar para a "TRAVESSA DOS ALGARVES" na "RUA DA JUNQUEIRA")    in     BLOGUE DE LISBOA
 Travessa dos Algarves  (2015) - Foto de Sérgio Dias  -  ((Entrada da "TRAVESSA DOS ALGARVES" na "RUA DA JUNQUEIRA")  in    TOPONÍMIA DE LISBOA
 Travessa soa Algarves - (1967) Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo  -  (A "TRAVESSA DOS ALGARVES" na Rua da Junqueira, deve o seu nome a um telheiro que ai existia, sob o qual se albergavam os remadores algarvios, vulgarmente conhecidos por "ALGARVES")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in        AML
Travessa dos Algarves  - (1961) - Foto de Artur João Goulart  -  (O ARCO da "TRAVESSA DOS ALGARVES", à "RUA DA JUNQUEIRA" no terceiro quartel do século vinte)   in    AML 


(INÍCIO) - TRAVESSA DOS ALGARVES [ I ]

«OS REMADORES DAS GALEOTAS REAIS ( 1 )»

A «TRAVESSA DOS ALGARVES» pertencia à freguesia de "SANTA MARIA DE BELÉM". Em consequência da "REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012", sendo acrescentada à freguesia de "SÃO FRANCISCO XAVIER", passou a designar-se por freguesia de «BELÉM».
Começa na "RUA DA JUNQUEIRA" no número 243 e finaliza junto da "AVENIDA DA ÍNDIA".

Esta artéria inicialmente designada por "BECO" passou a "TRAVESSA" por deliberação camarária de 23 de Setembro de 1880. Presume-se que este é um topónimo alfacinha bastante antigo que se conhece para referir os tripulantes algarvios, vindos para LISBOA como possíveis trabalhadores nas embarcações, nomeadamente dos "ESCALERES" ( 1 ) e das "GALEOTAS REAIS", que neste sítio se abrigavam nas casas da "MALTA" existentes nesta área.
A "TRAVESSA DOS ALGARVES" servia de ligação entre a "AVENIDA DA ÍNDIA" (antiga praia durante vários anos, no século XIX) e a "RUA DA JUNQUEIRA", onde desemboca através de um arco aberto num pequeno edifício assemelhando-se à entrada, de um antigo "PÁTIO".
Escondida e escura, apesar de pitoresca, mantendo a antiga e serpenteada "calçada", esta serventia é referida pela primeira vez nos livros de arruamentos no ano de 1819.
Artéria desconhecida possivelmente da maior parte dos lisboetas, que em princípio era designada por "BECO DOS ALGARVES", passou despercebida nos vários "ITINERÁRIOS LISBONENSE" e "ROTEIROS DE LISBOA", publicados ao longo de século XIX, que só a mencionaram em 1881.
Esta zona da praia da "JUNQUEIRA" era chamada de "ESCALERES REAIS", em virtude de estas embarcações, juntamente com as "GALEOTAS", serem ali arrecadadas em barracões no areal, localizados no final das mais modernas; "TRAVESSA DOS ESCALERES" e "TRAVESSA DAS GALEOTAS", ou "GALEOTAS REAIS".

- ( 1 ) - ESCALERES - Pequeno barco de quilha, ordinariamente de remos ou vela, para serviço de um navio ou de uma "REPARTIÇÃO" ou "ESTAÇÃO PÚBLICA". São construídos em madeira, ferro ou alumínio. Na MARINHA, o "ESCALER" caracteriza-se pela proa pontiaguda e a popa quadrada; mas, em linguagem vulgar, o "ESCALER" é toda a pequena embarcação a remos, de passagem, de passeio ou de regata etc.. A bordo dos navios e Vapores, os "ESCALERES" são suspensos nos "turcos" (peças de ferro, que servem para suspender os "ESCALERES" na borda do navio, tendo também a função de os poder descer ou içá-los).


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«TRAVESSA DOS ALGARVES [ II ]-OS REMADORES DAS GALEOTAS REAIS ( 2 )».

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

RUA ALFREDO DA SILVA [ XX ]

«A TABAQUEIRA ( 2 ) »
 Rua Alfredo da Silva - (1927)  -  (Cartaz publicitário da inauguração de "A TABAQUEIRA". Apesar da mensagem, será morosa para a empresa a adaptação inicial ao gosto dos fumadores nacionais.  in  CAMINHO DO ORIENTE
 Rua Alfredo da Silva - (anos 50 do século XX)  -  (O "PORTUGUÊS SUAVE" será uma das primeiras marcas de cigarros mais aperfeiçoados da "A TABAQUEIRA" na época)  In  FOTOBIOGRAFIAS SÉCULO XX
 Rua Alfredo da Silva - (Quarto quartel do século XX)  -  ( O famoso "SG" , abreviatura de SOCIEDADE GERAL, marca muito apreciada, do grupo CUF)  in  ALFREDO DA SILVA A CUF E O BARREIRO
 Rua Alfredo da Silva - (30.08.2010)-Foto de Ricardo Ferreira) - (Estátua de "ALFREDO DA SILVA esculpida por "LEOPOLDO DE ALMEIDA" inaugurada em 1965 nas novas instalações de "A TABAQUEIRA" em ALBARRAQUE (SINTRA)  in   O GRUPO CUF
Rua Alfredo da Silva -  (2010) - Foto de Ricardo Ferreira  -  (A Estátua de ALFREDO DA SILVA junto da "A TABAQUEIRA" de ALBARRAQUE, inaugurada em 1965 quando a CUF comemora 100 anos de vida)   in    O GRUPO CUF

(CONTINUAÇÃO)-RUA ALFREDO DA SILVA [ XX ]

«A TABAQUEIRA ( 2 )»

Este aspecto vai popularizar o tabaco em PORTUGAL, envolvendo um largo espectro de consumidores potenciais, para os quais os cigarros passaram a ser um bem de consumo generalizado e não um luxo das classes altas. Assim os seus produtos tornaram-se famosos tanto em termos de normalização industrial como da marca.
Quem não se recordará dos maços de tabaco sendo os primeiros os "DEFINITIVOS" e a sua concorrente lançava os maços com o nome de "PROVISÓRIOS". Já na década de 30 surgiu com nova embalagem os "DEFINITIVOS" e maior quantidade cigarros. Paralelamente, na mesma década aparece o «PORTUGUÊS SUAVE»; «SEVERAS»; «TRÊS VINTE»; «PARIS» e mais tarde o «SG» com as suas variantes: «SG» normal «SG» gigante, "filtro"  e "ventil", cujas embalagens chegaram a todo o território e a todas as casas. A estratégia de produção acompanhava a evolução social, marcando a sua presença no quotidiano, assumindo-se até entre grupos étnicos.

Unidade fabril movida por central termo-eléctrica própria, nos primeiros anos assistiu-se à introdução de um novo sistema de empacotamento à máquina, com embalagens modernas e padronizadas, segundo a experiência europeia.  A organização empresarial de "A TABAQUEIRA" foi modelar numa época em que o monopólio legal quase substituído pelo monopólio real, usando toda essa estratégia para impor-se à concorrência desleal. A "CUF" de «ALFREDO DA SILVA» foi revendedora e distribuidora dos produtos fabricados na «TABAQUEIRA». Uma boa exploração comercial garantia os resultados positivos da exploração industrial. Assim impôs-se em PORTUGAL como empresa reguladora do preço do tabaco, oposta às tendências monopolista, contribuindo para o aumento de receitas públicas.
Mas em 1946,findas essas restrições, o salto foi enorme, atingindo-se o máximo da capacidade produtiva da fábrica do POÇO DO BISPO: 1833 toneladas, em 1948.  Um outro aspecto de grande interesse na história da "TABAQUEIRA" foi o da qualidade da matéria-prima, composta por ramos de tabaco das marcas "VIRGÍNIA", "KENTUCKY", "COLONIAL" e "MARYLAND", entre outras igualmente afamadas.

Em 1957, terminou o primeiro período do regime de 30 anos concedido pelo ESTADO para a exploração da fábrica. O ESTADO, no entanto, motivado pelos exercícios, renovou a concessão por mais 25 anos, após um acordo com o GOVERNO de novas instalações e um aumento do capital social, acabaria a concessão por trinta anos. No entanto, as dificuldades foram enormes nesses últimos anos da década de cinquenta, mantendo-se a laboração no POÇO DO BISPO e iniciando-se lentamente a construção da unidade de ALBARRAQUE, no  Concelho de SINTRA. Nessa época laboravam na fábrica do POÇO DO BISPO para cima de 600 trabalhadores. A inauguração da TABAQUEIRA de ALBARRAQUE, em fins de 1962, determinou o encerramento da laboração no POÇO DO BISPO um ano depois. A nova fábrica encontrava-se equipada com o melhor maquinismo alemão da especialidade, para produzir cerca de 600 toneladas/ano, com pessoal operário bastante reduzido. Junto à nova unidade de ALBARRAQUE, a empresa veio a instalar moderníssimos serviços sociais e culturais, para além de um BAIRRO RESIDENCIAL destinado ao pessoal da firma. Em 13 de Maio de 1975 a TABAQUEIRA foi nacionalizada. A "Empresa Pública TABAQUEIRA", criada em Junho de 1976, resultou da integração numa empresa "A TABAQUEIRA, S.A.R.L.".
Em 1991, a 21 de Março, a TABAQUEIRA-Empresa Industrial de Tabaco, EP passa a SOCIEDADE ANÓNIMA, alterada em 2 de Maio de 1999 sendo a denominação "TABAQUEIRA, SA", tendo por objectivo o cultivo, a industria e o comércio de Tabacos e produtos afins.
A 28 de MAIO de 1996, são aprovados por DECRETO-LEI as condições prévias para a "reprivatização" da totalidade do capital social da TABAQUEIRA, SA., em três fases terminando a última das quais em Dezembro de 2000, através de uma OFERTA PÚBLICA DE VENDA. Terminado o processo de privatização, a empresa "PHILIP MORRIS INTERNATIONAL, INC. adquire mais de 99% do capital Social.[ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

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- ALFREDO DA SILVA E A CUF E O BARREIRO - Fernando Sobral - Elisabete de Sá e Agostinho Leite - Ed. Horácio Periquito - 2008 - LISBOA.
- ALFREDO DA SILVA - FOTOBIOGRAFIAS SÉCULO XX - Júlia Leitão de Barros - Ana Filipa Silva Horta - Circulo de Leitores - 2003  - LISBOA.
- ARAÚJO, Norberto de, - PEREGRINAÇÕES EM LISBOA - Livro V - 2ºEd. VEGA - 1992 - LISBOA.
- ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA - Direcção de FILIPE FOLQUE - 1856-1858 - Ed. CML - 2000 - LISBOA.
- BELÉM REGUENGOS DA CIDADE - Coord. Maria do Rosário Santos Benneville - Ed. ASA- 1990 - LISBOA.
- CAMINHO DO ORIENTE - GUIA DO PATRIMÓNIO INDUSTRIAL - Deolinda Folgado e Jorge Custódio - Livros Horizonte - 1999 - LISBOA.
- CRÓNICA EM IMAGENS - 1900/1910 _ PORTUGAL SÉCULO XX - Cood. Joaquim Vieira - Círculo de Leitores - 1999 - LISBOA.
- DICIONÁRIO BOTÂNICO - João Cayolla Tierno - Ed. da TERTÚLIA EDÍPICA PORTUGUESA - 1958 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Direcção de Francisco Santana e Eduardo Sucena - 1994 - LISBOA.
- DO ANTIGO SÍTIO DE XABREGAS - MÁRIO FURTADO Ed. Vega - 1997 - LISBOA.
- ELÉCTRICOS DE LISBOA - Aventuras sobre CARRIS de Cristina Ferreira Gomes - Gravida - 1994 - LISBOA.
- EM VOLTA DA TORRE DE BELÉM - EVOLUÇÃO DA ZONA OCIDENTAL DE LISBOA - João B. M. Néu - L. Horizonte - 1994 - LISBOA.
- LELLO UNIVERSAL - Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro em 2 vol. - Edição Lello & Irmão - 1996 - PORTO.
 - LISBOA 125 anos sobre CARRIS - João de Azevedo - Roma Editora - 1998 - LISBOA.
 - LISBOA ANTIGA E LISBOA MODERNA - Angelina Vidal - Ed. Vega - 2ª Ed. 1994 - LISBOA. 
 - LISBOA de ALFREDO MESQUITA - P & R - 1987 - LISBOA.
 - LISBOA EM MOVIMENTO 1850-1920 - Livros Horizonte - 1994 - LISBOA.
 - LISBOA EM 1758 - Memórias Paroquiais de Lisboa - Fernando Portugal e Alfredo de Matos - Ed. da CML  - 1974 - LISBOA.
 - LISBOA POMBALINA E O ILUMINISMO - José-Augusto França - Bertrand Editora - 1987 - LISBOA.
 - OLISIPO - Boletim do Grupo Amigos de Lisboa - Nºs. 115/116 - Ano XXIX - Junho/Outubro de 1966 - LISBOA.
 - UM OLHAR SOBRE O BARREIRO - Final do século XIX - Princípio do século XX- Ed. - Augusto Pereira Valegas - Documentação cedida pela população do BARREIRO - Dezembro de 1981- BARREIRO.
 - UM OLHAR SOBRE O BARREIRO - Idem em NOVEMBRO DE 1983 - BARREIRO.

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